Mais de 160 pessoas reuniram-se na sede da Infraestruturas de Portugal para discutir como as novas tecnologias estão a transformar a gestão, a análise e a recolha de dados.
Decorreu hoje, 1 de outubro, na sede da Infraestruturas de Portugal (IP), no Pragal, o International Workshop “Leveraging Innovative Technologies to Improve Asset Management”, uma iniciativa que reuniu especialistas mundiais para debater o papel das tecnologias emergentes na recolha, análise e gestão de dados aplicados às infraestruturas rodoferroviárias.
Organizado pela IP, o Workshop contou, na sessão de abertura, com a intervenção do Secretário de Estado das Infraestruturas, Hugo Espírito Santo, de Miguel Cruz, presidente da Infraestruturas de Portugal e de Rui Neves Soares, em representação do presidente do Instituto da Mobilidade e Transporte (IMT) e 1.º Delegado de Portugal na PIARC.
João Portela, presidente do Centro Rodoferroviário Português (CRP), Miguel Caso Florez e Gerardo Flintsch, da PIARC - World Road Association, foram outros dos oradores convidados.
“A gestão de infraestruturas, numa perspetiva integrada, inovadora e focada, acima de tudo, na segurança de quem usa estes ativos todos os dias, está no centro da ação do trabalho da Infraestruturas de Portugal.” Esta foi a mensagem de Miguel Cruz que marcou o início do Workshop.
O presidente da IP alertou para a realidade global da emergência climática e como o problema exige respostas concretas e imediatas: “A Infraestruturas de Portugal está plenamente comprometida com esse esforço, alinhando a sua atuação com o Acordo de Paris e com os Objetivos de Desenvolvimento Sustentável das Nações Unidas, em particular os ODS 7, 9, 12 e 13. Em linha com este compromisso, temos desenvolvido múltiplas iniciativas para tornar as nossas infraestruturas mais resilientes às alterações climáticas e aos eventos extremos e vamos continuar a fazê-lo”, explicou
Na sua intervenção, Hugo Espírito Santo enfatizou a necessidade de se garantir que a inovação não seja “apenas um exercício intelectual” e que para tal é preciso “que se renovem as abordagens e comportamentos de gestores e de profissionais”. O Governante deu ainda nota de que anunciar investimentos é “importante porque mostra às pessoas que há uma estratégia de futuro”, mas realça que concretizar esses investimentos “é imperativo”.
Tecnologias para recolha e monitorização de dados
Ao longo da manhã, foram abordados temas como as tecnologias para recolha e monitorização de dados, com exemplos de soluções inovadoras para a integração da gestão de ativos com a segurança rodoviária, o uso da inteligência artificial na engenharia de pavimentos, e os obstáculos à adoção generalizada de novas tecnologias. Os especialistas convidados discutiram ainda as tecnologias aplicadas à análise e à tomada de decisão, com intervenções sobre a utilização do BIM e de ferramentas 3D em inspeções de pontes, a aplicação de dados para a gestão rodoviária e os desafios na consistência entre análise e decisão.
O programa incluiu um painel de debate sobre boas práticas em gestão de ativos, com representantes de entidades portuguesas e internacionais, como a Brisa, a Infraestruturas de Portugal, a ASFiNAG (Áustria), a Administração de Transportes da Estónia e o California DOT (EUA).
Na sessão de encerramento, Gerardo Flintsch apresentou as conclusões técnicas da Comissão Técnica 3.3, destacando o “papel determinante da inovação tecnológica na eficiência e sustentabilidade da gestão de ativos”. Eduardo Fortunato, membro do Conselho Diretivo do Laboratório Nacional de Engenharia Civil (LNEC), encerrou, oficialmente, o encontro que reforçou o papel de Portugal como ponto de encontro internacional para a inovação na mobilidade e na gestão de infraestruturas.
Após o Workshop realizou-se um momento de networking onde os participantes reforçaram a necessidade de fomentar a cooperação internacional, mostrando que a inovação tecnológica não tem fronteiras quando o objetivo é melhorar a vida das pessoas e preparar as infraestruturas para os desafios do futuro.